O que é APH?
Para entender o que é um Sistema Médico de Emergencia, se coloque no lugar de uma vítima que precisa de socorro.
O processo inicia com a ligação que chega nos canais de emergência (190 Polícia, 192 SAMU, 193 Bombeiros). O telefonista recebe as informações e encaminha para o local os recursos necessários para atender a ocorrência (incluindo polícia, bombeiros, ambulâncias de suporte básico ou avançado).
Com a chegada da ambulância, a equipe provê os primeiros socorros e são realizadas intervenções para estabilizar o paciente, e a equipe da ambulância tem condições de decidir pela remoção para o hospital ou pronto-socorro mais adequado.
A decisão sobre qual o destino do paciente é vital para sua sobrevida. Por exemplo um paciente com queimaduras graves deve ser transportado para um hospital com capacidade de tratar queimados. Já uma paciente grávida deve ser transportada para uma maternidade.
Chegando no hospital, a equipe da ambulância transfere o paciente aos cuidados da equipe médica do hospital. E retorna a sua base para aguardar o próximo chamado.
Portanto, o Atendimento Pré Hospitalar, ou APH, é processo feito por uma equipe de emergencia médica (formada por profissionais qualificados) fora do ambiente hospitalar, destinado às vítimas de trauma, mal súbito (emergências cardiológicas, neurológicas, respiratórias) e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica e remoção para uma unidade hospitalar adequada.
Origens do APH
Em torno do ano de 1790 os Franceses começaram a transportar soldados feridos das zonas de batalha para que eles pudessem receber tratamento médico. Essas são as primeiras evidencias documentais de um serviço médico de emergência.
Outras guerras inspiraram sistemas similares. Por exemplo durante a guerra civil Americana, Clara Barton fundou a Cruz Vermelha. Nos anos 60 foi criado na França o programa SAMU com o objetivo de aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes através do atendimento médico pré-hospitalar.
Modelo SAMU Frances
No modelo Frances se adota o princípio stay-and-play onde o atendimento médico é realizado preferencialmente no próprio local da ocorrência até a estabilização da vítima. Nesse modelo as viaturas de suporte avançado possuem obrigatoriamente a presença de um médico.
Modelo Americano
Os americanos adotam o princípio da “golden-hour” o qual assume que as chances de sobrevivência aumentam quando o socorro chega à vítima no menor tempo possível e são realizadas manobras essenciais para estabilização e transporte rápido para o hospital adequado. As unidades de suporte básico a vida possuem profissionais EMT (Emergency Medical Technician) e as de suporte avançado possuem paramédicos. Ambos os EMTs e Paramédicos atuam conforme protocolos e direcionamentos médicos estabelecidos por um Medical Director, o qual assume a responsabilidade final sobre os tratamentos realizados pela equipe de emergência.
APH no Brasil
O SAMU Brasileiro foi criado na década de 80 com base no modelo Frances, mas com influências do sistema americano, particularmente no que diz respeito à formação dos profissionais, e adaptado à realidade local.
Utilização de Voluntários
Desde sua concepção, o SAMU Brasileiro não previu a utilização de serviço voluntário.
Há no Brasil uma série de grupos voluntários regionais que atuam por conta própria realizando serviços de APH, sem vínculo formal com o SAMU. A maioria possui veículos próprios fruto de doações ou adquiridos com recursos dos próprios voluntários.
Esses grupos atuam principalmente no Sul do Brasil e em Minas Gerais. Contudo são muito poucos para atender a gigantesca demanda Brasileira por serviços de emergência, e sua operacionabilidade é limitada pela falta de apoio e integração com os órgãos públicos.
Desde 1998 a Lei Brasileira legitima o serviço de voluntários, e o Ministério da Saúde já possui definida as qualificações mínimas para um socorrista. Mas infelizmente o SAMU ainda não desenvolveu um programa para se beneficiar dessa grande vantagem que seria a utilização regular de socorristas voluntários para complementar seu quadro de socorristas de carreira.
O Ministério da Saúde já tem experiência com o uso de mão de obra voluntária a exemplo da Força Nacional do SUS. Mas são ações pontuais de mobilização para suportar grandes catástrofes como enchentes e desabamentos.
Outro exemplo de sucesso são os Corpos de Bombeiros Voluntários (CBVs) do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Desde a década de 80, com o advento das grandes enchentes que assolaram a região, o Governo Estadual junto com outros órgãos federais, estaduais e municipais, tem incentivado o estabelecimento de Grupamentos de Voluntários para assistir a população. Hoje o estado do RS já possui grande do seu território assistido por CBVs Voluntários.
Nos países desenvolvidos o serviço público a muitos anos vem se beneficiando dessa vantagem, Estados Unidos possuem mais de 800.000 bombeiros e paramédicos voluntários, ou quase 70% do efetivo total. No Japão já são mais de 1 milhão de voluntários.
Podemos mudar?
Mas é claro que sim, basta que os nossos governantes tenham consciência dessa grande vantagem. Estamos prontos a apoiar qualquer grupo, empresário, político ou cidadão que queira incentivar ou desenvolver o serviço voluntário de emergencia na sua região.
Entre em contato conosco e junte-se a esse movimento!